Cultura Afro-brasileira nas escolas

Esta canção é uma meditação profunda sobre o paradoxo cultural brasileiro: a aceitação irrestrita das mitologias greco-europeias versus a persistente demonização e o racismo religioso direcionado aos Orixás e às tradições de matriz africana.
Com uma melodia melancólica e esperançosa, a letra tece uma crítica social ao genocídio cultural e epistêmico. Ela confronta a "história de mármore" que exalta o branco e eurocêntrico, expondo como o preconceito ignora o propósito sagrado dos rituais, como o banquete comunitário pós-sacrifício, que é, em sua essência, um ato de celebração e manutenção da vida (arrete).
A Ponte da canção explode em um hino Afrofuturista, onde a dor do passado se transmuta em tecnologia de libertação. As divindades ancestrais, como Iansã e Ogum, são reimaginadas como forças que pilotam o futuro, construindo um amanhã onde a cosmologia negra e indígena não é apenas respeitada, mas é o próprio código da inovação e da justiça.
"Cosmologia em Tom de Canção" é um manifesto poético que convida à reparação histórica e à certeza de que o futuro será, obrigatoriamente, ancestral e tecnológico.

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