A DESIGUALDADE COMO DESAFIO ÉTICO POLÍTICO

Obrigatoriedade da Filosofia e Sociologia em todo o Ensino Médio, com no mínimo 2 aulas.



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  A discussão sobre desigualdades sociais no Brasil adquire, no cenário contemporâneo, um caráter central para a compreensão dos dilemas ético-políticos que estruturam a convivência democrática. Ao longo das últimas décadas, marcadas por transformações econômicas, avanços tecnológicos e ampliação das demandas por direitos, o debate acerca do combate às desigualdades ultrapassou o campo sociológico, alcançando a filosofia política, o âmbito legislativo e a formulação de políticas públicas. Esse movimento reflete uma percepção crescente de que a desigualdade não decorre apenas de diferenças naturais entre os indivíduos, mas de processos históricos, estruturais e institucionais que perpetuam assimetrias de poder, oportunidades e reconhecimento social. Nesse contexto, reafirma-se uma das teses mais debatidas no campo da justiça social: a ideia de que o combate às desigualdades exige tratar desigualmente os desiguais. Trata-se de uma afirmação que carrega tensões éticas significativas, pois questiona a visão tradicional de igualdade formal e a substitui por uma noção de equidade substantiva, em que diferentes grupos sociais necessitam de medidas diferenciadas para alcançar condições de efetiva igualdade.