Exercício para doenças autoimunes.

As evidências atuais apoiam a segurança e a eficácia do exercício aeróbico, do treinamento de resistência, de programas combinados, do treinamento vibratório e de protocolos domiciliares para pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES), particularmente naqueles com doença estável ou leve. Intervenções supervisionadas de exercício aeróbico e de treinamento combinado aeróbico-resistente melhoram consistentemente a fadiga, a função física e a qualidade de vida, com benefícios adicionais para o humor e a qualidade do sono. Essas melhorias são mais pronunciadas nos domínios da saúde física, vitalidade e fadiga, e são mediadas por ganhos na aptidão cardiorrespiratória e na força muscular.[1][2][3][4][5]

Protocolos de exercício aeróbico (intensidade moderada, 2 a 3 sessões/semana, 40 a 75% da reserva da frequência cardíaca) são eficazes na redução da fadiga geral e física, e na melhora da capacidade aeróbica funcional e da qualidade de vida autorrelatada, sem aumentar a atividade da doença ou eventos adversos.[2][6][7] O treinamento de resistência, isoladamente ou combinado com exercício aeróbico, aumenta a força muscular, a função física e a função executiva, novamente sem evidências de exacerbação da doença.[8][9][4] Programas combinados (aeróbicos e de resistência, 3 a 5 sessões/semana) proporcionam benefícios adicionais para os resultados físicos e cognitivos.[4]

Protocolos de exercícios domiciliares e supervisionados por telemedicina são viáveis, bem aceitos e resultam em melhorias clinicamente significativas na fadiga, no desempenho de papéis físicos, no bem-estar emocional e na resistência da parte superior do corpo, com alta adesão e sem aumento de eventos adversos.[3][5] O treinamento vibratório parece seguro, mas tem evidências limitadas de eficácia no LES.[10]

As intervenções com exercícios não pioram a atividade da doença LES e estão associadas a perfis de risco cardiovascular melhorados, incluindo maior capacidade aeróbica e sensibilidade à insulina, embora os efeitos sobre os fatores de risco cardiovascular tradicionais sejam menos claros.[8][6][7] No geral, o exercício estruturado deve ser incorporado ao manejo multidisciplinar do LES para abordar fadiga, função física, humor, qualidade de vida e risco cardiovascular, com a seleção do protocolo adaptada às preferências do paciente e à estabilidade da doença.[1][8][9][6][3][11][4][5]


1. The Effects of Exercise Training on Functional Aerobic Capacity and Quality of Life in Patients With Systemic Lupus Erythematosus: A Systematic Review of Randomized Controlled Trials. Zouganeli V, Dimopoulos S, Briasoulis A, et al. Journal of Clinical Medicine. 2025;14(19):7031. doi:10.3390/jcm14197031.
2. Effects of 12-Week Aerobic Exercise on Patient-Reported Outcomes in Women With Systemic Lupus Erythematosus. Gavilán-Carrera B, Vargas-Hitos JA, Morillas-de-Laguno P, et al. Disability and Rehabilitation. 2022;44(10):1863-1871. doi:10.1080/09638288.2020.1808904.
3. A Randomized Controlled Trial of a Lifestyle Intervention on Wellbeing in Patients With Systemic Lupus Erythematosus: Results From "Living Well With Lupus". Caruso Mazzolani B, Infante Smaira F, Mendes Sieczkowska S, et al. Lupus. 2025;:9612033251394423. doi:10.1177/09612033251394423.
4. Combined Aerobic and Resistance Training Improves Physical and Executive Functions in Women With Systemic Lupus Erythematosus. Kao VP, Wen HJ, Pan YJ, et al. Lupus. 2021;30(6):946-955. doi:10.1177/0961203321998749.
5. Telehealth-Supervised Exercise in Systemic Lupus Erythematosus: A Pilot Study. Frade S, O'Neill S, Walsh S, et al. Lupus. 2023;32(4):508-520. doi:10.1177/09612033231157073.
6. Exercise and Physical Activity in Systemic Lupus Erythematosus: A Systematic Review With Meta-Analyses. O'Dwyer T, Durcan L, Wilson F. Seminars in Arthritis and Rheumatism. 2017;47(2):204-215. doi:10.1016/j.semarthrit.2017.04.003.
7. A Prescription for Exercise in Systemic Lupus Erythematosus. Molina E, Petri M, Manno R, et al. Lupus. 2021;30(14):2183-2190. doi:10.1177/09612033211061060.
8. Benefits & Risks of Physical Activity in Patients With Systemic Lupus Erythematosus: A Systematic Review of the Literature. Blaess J, Goepfert T, Geneton S, et al. Seminars in Arthritis and Rheumatism. 2023;58:152128. doi:10.1016/j.semarthrit.2022.152128.
9. Exercise Therapy in Patients With Idiopathic Inflammatory Myopathies and Systemic Lupus Erythematosus - A Systematic Literature Review. Alexanderson H, Boström C. Best Practice & Research. Clinical Rheumatology. 2020;34(2):101547. doi:10.1016/j.berh.2020.101547.
10. Exercise as Adjunctive Therapy for Systemic Lupus Erythematosus. Frade S, O'Neill S, Greene D, Nutter E, Cameron M. The Cochrane Database of Systematic Reviews. 2023;4:CD014816. doi:10.1002/14651858.CD014816.pub2.