110. IDEOLOGIAS AUTORITÁRIAS

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📖SINOPSE
Hobbes, apesar de defender o autoritarismo absolutista, o faz baseado na racionalidade e na igualdade dos indivíduos. Para ele, se não houver uma hierarquia rigoroso a sociedade é caótica.

Os ideólogos modernos do autoritarismo constituem uma reação à Revolução Francesa, ao Liberalismo, à Modernização, Industrialização, Urbanismo, Socialismo, Democracia e Progresso. Alguns, reconhecendo a inevitabilidade da modernização, buscaram conciliar o autoritarismo de uma monarquia hereditária e hierárquica com o liberalismo. Os modernos ideólogos são antirracionalistas e anti-igualitários, apelam para a fé ao invés da razão, apego à tradição e ao passado.

Joseph de Maistre apela para a Providência divina, dogmas e na fé e não no exercício ilusório da razão. Ele contrapõe a tradição à ideia de progresso. À tese da soberania popular opõe a de que todo o poder vem de Deus.

Visconde de Bonald (1754-1840) considera que o poder do rei, absoluto e independente dos homens é a causa; os seus ministros (a nobreza), que executam a vontade dele, são os meios; a sociedade dos súditos, que obedece, é o efeito.

Para Heinrich Treitschke (1834-1896) o Estado é a força, e o dever dos súditos é a obediência. A melhor forma de Governo é a monarquia hereditária. O rei detém o poder, dirige o exército e a burocracia e escolhe autonomamente seu Governo. A função do Parlamento e dos partidos é pouco mais que consultiva. No vértice a nobreza hereditária, a “camada eminentemente política”; no meio, a burguesia; e, na base, a grande massa dos trabalhadores braçais. Treitschke prefere os camponeses, conservadores e ligados à tradição, e olha com suspeição os urbanos.

Charles Maurras (1868-1952) odeia os “bárbaros” internos, armados com palavras de ordem sobre a igualdade e a liberdade; e odeia a democracia como força anárquica e destruidora. A ordem de Maurras é necessariamente hierárquica, “monarquia tradicional, hereditária, antiparlamentar e descentralizada na autonomia das comunidades locais”. A descentralização do Estado tornou-se possível graças ao fato de a autoridade da monarquia ser indestrutível. Ordem maurrasiana é o exército pelo qual ele nutria um verdadeiro culto e também a Igreja Católica, entendida não em sua mensagem cristã, mas como instituição de ordem e hierarquia. Em Maurras há nacionalismo e anti-semitismo que antecipa o fascismo.