Efeitos colaterais dos CORTICOIDES

No meu vídeo anterior, falamos um pouco sobre o que é o corticoide e quais as suas principais formas de apresentação.

Hoje, o assunto será diferente. Vamos conversar sobre um tema importante e de interesse geral, principalmente daqueles que precisam desse remédio por longos períodos: os efeitos colaterais.

Inicialmente, é importante entender que atribuir todo efeito colateral ao corticoide é difícil. Outros fatores podem contribuir para esses efeitos, incluindo a natureza e gravidade da doença de base e também outros medicamentos administrados ao mesmo tempo.

Além disso, não se pode esquecer que o corticoide é ESSENCIAL no tratamento de muitas doenças reumáticas, auxiliando na melhora dos sintomas e no controle da doença. Entretanto, é importante conhecermos o que o uso sem supervisão médica pode causar.

O tipo de corticoide, o tempo de uso e a dose do remédio são os fatores mais importantes para determinar os efeitos colaterais, e diferentes órgãos e estruturas do corpo podem sofrer influência do seu uso.

Efeitos do corticoide na pele:
O uso crônico de corticoides podem impactar diretamente na aparência do paciente, causando grande incômodo. Pode haver afinamento da pele, equimoses (manchas arroxeadas), aparência cushingóide, que seria o famoso rosto em lua cheia, inchado; espinhas, ganho de peso, aumento leve de pelos, vermelhidão no rosto e estrias.

Efeitos do corticoide nos olhos:
Os olhos podem ser acometidos pelo uso crônico de corticoide, sendo a catarata e glaucoma as principais complicações.

Efeitos cardiovasculares:
O uso de glicocorticóides tem sido associado ainda, a uma variedade de efeitos cardiovasculares, incluindo retenção de líquidos com aumento da pressão arterial, risco aumentado de infartos e AVC, além de arritmias. Esses riscos são dose-dependentes.

Efeitos no metabolismo ósseo:
O uso crônico de corticoides pode influenciar o metabolismo ósseo: existe risco de osteopenia e osteoporose. Assim, todo paciente em uso de corticoide deve realizar a suplementação de cálcio e vitamina D quando indicados. Pode haver ainda inflamação dos músculos, chamado de miopatia.

Efeitos neuropsiquiátricos:
Sintomas psiquiátricos como oscilação do humor, psicose, confusão mental e desorientação podem acontecer, mas geralmente se associam com dose e tempo de uso.

Efeitos endócrinos:
Pacientes em uso de altas doses de corticoides estão mais propensos a terem problemas com a glicose, inclusive com a possibilidade de desenvolver diabetes induzido pelo corticoide.

Efeitos no sistema imunológico:
Os corticoides impactam diretamente no sistema imune. Seu uso, principalmente em doses altas e de maneira prolongada, predispõe à infecções, devendo o médico e o paciente sempre ficarem atentos!

Apesar da lista extensa, não há motivo para pânico. Os corticoides são medicamentos extremamente importantes, principalmente para os reumatologistas! A orientação é que seu uso seja sempre acompanhado de perto pelo médico assistente, para que os riscos sejam minimizados.

Quem sou eu:
Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas de MG – CRM-MG 71401
Especialista em Clínica Médica HGIP/IPSEMG – RQE 46817
Especialista em Reumatologia pela Santa Casa BH – RQE 50241
Título de Especialista em Reumatologia pela Sociedade Brasileira de Reumatologia
Membro da diretoria da Sociedade Mineira de Reumatologia – biênio 2021/2022
Preceptora da Residência de Reumatologia Santa Casa de BH
Reumatologista do Corpo Clínico do Hospital Biocor
Membro da equipe de pronto atendimento do hospital IPSEMG e Instituto Orizont
Professora do Internato de Reumatologia da Faculdade de Medicina - FASEH

Site: https://portaldareumatologia.com.br/
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