Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Oriola, quando a fé não volta mais - Portugal

A Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Oriola é um notável exemplo de arquitetura religiosa manuelina e barroca, localizada no concelho de Portel, distrito de Évora
Este templo possui uma história rica que remonta à Idade Média e apresenta características arquitetónicas únicas. Fica situada junto da margem da bacia hidrográfica da barragem de Alvito em Portugal, está localizada em uma área rural, com paisagem de planície. A igreja combina vários estilos arquitetônicos, como o manuelino, tendo já desaparecido seus altares de talha barroca e rococó, incluindo retábulos colaterais com colunas salomónicas, sendo conhecida por suas características únicas, incluindo o seu campanário e decorações detalhadas, contudo pelo elevado grau de perigosidade, sendo já bem visíveis grandes fendas em sua estrutura, como por exemplo a nível de suas cúpulas e paredes, desaconselha-se qualquer tipo de intrusão em seu interior. A igreja está classificada como Monumento de Interesse Público (MIP) desde 2013 e foi sendo alvo de intervenções ao longo dos séculos, incluindo após vários danos causados pelo terramoto de 1755.
Contudo, a ironia do destino perante a negligência dos tempos que correm, parece que vai encontrar seu derradeiro final, já na dita "era moderna", onde este património arquitetónico histórico e artistíco parece passar completamente despercebido dos poderes a quem de direito poderia fazer algo, para que situações destas não acontecessem !

A igreja tem origens muito antigas, com evidências que remontam aos séculos IX-X, como demonstra um ábaco embutido no contraforte junto à escada de acesso ao terraço do campanário denunciando a remota existência do templo. A fundação da igreja medieval data de cerca de 1270, tendo sido doada por D. Dinis como comenda à Ordem da Trindade. A construção atual foi erguida no início do século XVI, substituindo o templo anterior.


A igreja foi originalmente uma ermida que mais tarde foi transformada em igreja paroquial. A fachada apresenta contrafortes diagonais, pináculos cónicos, com as respetivas gárgulas e elementos manuelinos, apresentando as insígnias da Ordem de Malta ao centro da fachada, enquanto o interior contém abóbadas de cruzaria, seus altares outrora seriam de talha barroca, sendo ainda visível os restos do seu Altar-Mor e Pinturas neoclássicas de inspiração pompeiana no baixo-coro e na capela-mor. O retábulo-mor é considerado uma obra de artesãos locais de Évora. O interior apresenta espaços diferenciados entre a nave e a capela-mor. A Nave dividida em três tramos, com abóbada de cruzaria de ogivas descansando em mísulas embebidas na parede. Bocetes e mísulas de granito decorados com motivos variados como lóbulos, entrançados e até uma máscara humana.

Em 1270 foi fundada a igreja medieval, sendo doada á posteriori por D. Dinis, como comenda, à Ordem da Trindade, representada pelo Convento dos Trinos de Santarém: 1282 Dom Dinis concede Carta de Foral a Oriola, então chamada de Benalverge ou Bomalbergue: 1516 Dom Manuel reforma o foral de Oriola: No século XVI, iniciou-se construção da igreja atual, em substituição da anterior: Em 1543 a igreja é visitada pelo bispo Cardeal-Infante Dom Afonso, que mandou fazer o sino e armários para paramentos e castiçais além de colocar vidraças nas frestas; ofereceu-lhe ainda dois frontais de pano da Índia para os altares colaterais: No séc. XVIII foi feita a construção do campanário e respectivas escadas de acesso, com o consequente entaipamento do arco do nártex; construção do púlpito e dos altares em talha; pinturas murais do baixo-coro, ficando a cargo financeiro da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Já no séc. XIX deu-se a queda da abóbada da capela-mor, ficando pinturas e abóbada da capela-mor a cargo financeiro da Irmandade do Santíssimo Sacramento: Em 1836 o concelho de Oriola é extinto e anexa a sua propriedade ao de Portel: Em 1862 construção do coro e escadas de acesso: Em 1867 restauro imagem de São Luís do altar colateral do lado da Epístola: Em 1871 as mesas dos altares são refeitas e pintadas com tinta de água: Em 1976, 27 outubro - Proposta de classificação pela Comissão da Carta Arqueológica do Património: Em 1977, 1 de abril - Parecer da Junta Nacional de Educação propor classificação como IIP (Imóvel de Interesse Público): Em 1999 a igreja é roubada tendo a restante imaginária que sobreviveu transitado para outro local mais seguro, os quais faziam parte, os ferros forjados de suspensão das lâmpadas sobre os altares, figuras do bestiário estilizadas, e outras peças de ourivesaria entre as quais o sacrário e uma cruz processional.

Entretanto foi construída uma nova Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção de Oriola, já neste século XXI pela Câmara Municipal de Portel, que veio substituir esta antiga igreja matriz, quando esta ficou separada da aldeia devido à construção da Barragem de Alvito, contribuindo desta forma para o seu derradeiro e triste final em que se encontra hoje.