Maurílio Martins fala sobre “O Último Episódio”, um retrato poético da infância nos anos 90

“Queremos filmar sobre o que a gente conhece.”
A frase de Thiago Macedo, da produtora mineira Filmes de Plástico, traduz com precisão o espírito do grupo: contar o mundo a partir de dentro. É um cinema que nasce da escuta, que se constrói entre vizinhos e se reconhece nas esquinas. Um cinema que convida o espectador a entrar na cena, não como visitante, mas como parte da vida que pulsa ali.
Em O Último Episódio, primeiro longa solo do roteirista e diretor Maurílio Martins, essa ética do encontro se reafirma — transformando lembranças em imagens e o cotidiano em mito.
O filme se passa nos anos 90, mas o que ele realmente visita é uma infância sem tempo, esse território onde tudo parece possível — inclusive mentir para proteger um sonho. Eric (Matheus Sampaio), para impressionar uma colega de classe, inventa ter em casa o último episódio do desenho Caverna do Dragão. Para sustentar a farsa, ele e os amigos decidem gravar o próprio final. O gesto é ingênuo e, ao mesmo tempo, profundamente cinematográfico: o desejo de inventar sentido para o que ainda não tem explicação.
O Último Episódio carrega uma nostalgia que não se acomoda — ela respira nas vozes, nas fitas, nas fachadas, nas mercearias que ainda guardam o cheiro da infância. Um tempo analógico que continua latejando dentro de nós.
Conversamos com Maurílio Martins, o produtor Thiago Macedo e o protagonista Matheus Sampaio sobre esse filme que atravessa gerações e fala daquilo que não envelhece: a amizade, o luto, a fantasia e o simples ato de crescer.
Um filme sobre tudo o que começa quando a gente acha que acabou.
Clica, confere esse papo incrível e corre pros cinemas que o filme está em cartaz!

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