Carl Rogers só repetia os clientes? | Minha releitura do Caso Glória

Caso Glória:    • Carl Rogers - Caso Gloria completo  

Sabe aquela impressão comum entre estudantes de psicologia (e até de psicólogos formados) de que Carl Rogers estava "apenas repetindo" o que a cliente dizia no famoso atendimento com Gloria?

Eu mesma, no início da faculdade, caí nesse lugar-comum. Olhei para a sessão e pensei: "ué, mas ele não está fazendo nada demais". Essa percepção superficial, que muitas vezes enxerga a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) como passiva, vem do desafio de não conseguir ver a profundidade por trás de uma escuta genuína.

Neste vídeo, eu argumento que a questão central não é o que Rogers estava fazendo, mas sim quem ele estava sendo naquela relação. Revisitar este caso hoje, com a bagagem de ser terapeuta e de ter vivido a ACP na prática, transformou completamente a minha visão. Vamos conversar sobre a diferença crucial entre a repetição superficial e a manifestação de uma atitude terapêutica que cria um clima de segurança, aceitação e não julgamento.

É nesse clima que a capacidade de autorreflexão e a potência de Gloria puderam florescer. O que antes parecia trivial, hoje se revela como uma genialidade que ilustra perfeitamente aquela famosa frase de Jung: "Conheça todas as teorias, domine todas as as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana."

E você? Qual foi sua primeira impressão ao assistir o caso Gloria? Já teve a experiência de revisitar uma vivência da faculdade e mudar completamente de opinião depois da sua própria prática? Me conta aqui nos comentários, vou adorar ler sua perspectiva.


SOBRE MIM

Este canal é o que acontece quando uma psicóloga (Viviane Raposo, CRP 16/9211) resolve usar sua "síndrome de palestrinha" para o bem: desvendar as complexidades da mente humana sem respostas fáceis e sem medo da "bagunça". Aqui, a gente conecta as dúvidas do dia a dia, as crises pessoais e os sentimentos de estar perdido(a) com a profundidade da psicologia. Meu objetivo é desmistificar o jargão e humanizar a figura do psicólogo, mostrando que teoria e vida andam juntas. Se você também busca conversas honestas que abraçam a complexidade, inscreva-se e fique à vontade.

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