(1) ALENCASTRO. Luiz Felipe de: O trato dos viventes formação do Brasil no Atlântico Sul
Автор: Com Curso
Загружено: 2023-07-31
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A. LIVROS E ARTIGOS
1. ALENCASTRO. Luiz Felipe de. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia
das Letras, 2000
ALENCASTRO. Luiz Felipe de. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
O autor Alencastro defende a tese de que a colonização brasileira e a angolana, separadas pelo oceano, se complementaram em um único sistema de exploração colonial no Atlântico Sul. Segundo ele, a união das duas margens do Atlântico Sul foi estabelecida a partir do final do século XVI, criando um espaço aterritorial que conectava os enclaves portugueses na América e as feitorias angolanas em um sistema colonial unificado.
Para Alencastro, a escravatura africana na América portuguesa se consolidou devido à necessidade de mão de obra escrava para a produção de açúcar, o que tornou essencial o controle de Portugal sobre o fornecimento de escravos da África. Ele destaca que o exclusivo colonial apenas se concretizou após a União Ibérica em 1580, quando Portugal tomou medidas para coibir o comércio não metropolitano em sua principal colônia.
A gestão do tráfico negreiro é considerada o eixo central do estudo de Alencastro. Ele argumenta que os traficantes brasileiros em Angola se diferenciavam dos portugueses ao utilizar produtos como mandioca e zimbo no escambo. A farinha de mandioca, por exemplo, era exportada do Rio de Janeiro para Angola, onde chegava a valer quatro vezes mais. Já o zimbo, conchas univalves utilizadas como moeda, tinha importância significativa no comércio entre a África Central e a Costa da Mina.
Alencastro também destaca a relação econômica entre Brasil e Angola no comércio de cachaça e tabaco. A cachaça brasileira se tornou uma importante moeda de troca para a aquisição de escravos em Angola, e estudos mostram que uma parcela significativa dos escravos africanos exportados para a América portuguesa foi adquirida através desse comércio.
O autor enfatiza que a intervenção militar brasílica em Angola e o domínio dos mercados angolanos pelos produtos originários da América portuguesa criaram uma identidade de interesses entre Brasil e Angola. Essa complementaridade econômica, segundo Alencastro, marcou profundamente a formação do Brasil como uma sociedade diretamente envolvida com o tráfico negreiro e a exploração colonial.
Alencastro também destaca a singularidade do Brasil em relação à formação de sua sociedade, que se diferenciou das colônias de povoamento e exploração durante o período colonial. Ele argumenta que a desterritorialização do mercado de trabalho entre 1550 e 1930 foi um fator determinante para o retardamento na formação da nação brasileira.
Apesar de sua obra se apresentar como complementar às análises de outros historiadores sobre o Brasil colonial, Alencastro diverge em alguns pontos fundamentais, como o conceito de 'Sistema Colonial' desenvolvido por Fernando Antonio Novais e o 'Sentido da colonização' proposto por Caio Prado Júnior.
Contudo, o texto também questiona algumas das evidências e interpretações apresentadas por Alencastro, destacando a necessidade de avaliar com mais reservas algumas de suas hipóteses sobre o comércio de zimbo e mandioca, assim como a relevância de considerar fatores políticos e intrametropolitanos na análise do exclusivo colonial.
Complementaridade na colonização: Alencastro destaca a complementaridade na colonização brasileira e angolana, argumentando que a interdependência econômica entre as duas regiões foi fundamental para a consolidação do sistema colonial português no Atlântico Sul. Ele ressalta que a produção de açúcar na América portuguesa demandava mão de obra escrava, e o controle do fornecimento de escravos africanos era crucial para a efetivação do exclusivo colonial. Assim, Angola, como fornecedora de escravos, tornou-se parte essencial do sistema de exploração colonial.
O papel do tráfico negreiro: O tráfico negreiro é o cerne do estudo de Alencastro. Ele destaca que os traficantes brasileiros em Angola se diferenciavam dos portugueses ao utilizar produtos específicos no escambo, como a mandioca e o zimbo. A farinha de mandioca era exportada do Brasil para Angola e tinha grande valor no comércio local. O zimbo, uma moeda-concha, também era essencial nas trocas comerciais entre a África Central e a Costa da Mina. A cachaça brasileira também se tornou uma moeda importante para adquirir escravos em Angola.
Singularidade do Brasil: Alencastro enfatiza a singularidade do Brasil em comparação com outras colônias. Ele argumenta que o país se formou como uma sociedade diretamente envolvida no tráfico de escravos e na exploração colonial, o que o tornou distinto das colônias de povoamento e exploração. A desterritorialização do mercado de trabalho, que resultou no enfraquecimento do uso de mão de obra indígena, foi um fator importante para essa singularidade.
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