O PATO – Jayme Silva e Neusa Teixeira; Arr. Chirle Wildner e Diogo Jackle

Canção gravada no final de 1959 por João Gilberto em seu segundo álbum de estúdio: O amor, o Sorriso e a Flor, "O Pato" foi lançado em 1960, com um saboroso arranjo timbrístico de Tom Jobim, quando o despretensioso sambinha tornou-se um sucesso mundial.

“O pato era uma relíquia do repertório dos Garotos da Lua desde 1948. Tinha sido levado na Rádio Tupi a Milton, o chefe do conjunto, por um dos autores, um mulato alto, elegante e simpático chamado Jaime Silva (...) Jaime disse que o samba era seu e de sua parceira, Neuza Teixeira, que não estava com ele. Milton ouviu a música e gostou no ato. “O pato” foi incorporado ao repertório dos Garotos da Lua, que a cantaram incontáveis vezes na Tupi e nos seus shows, ainda com Jonas Silva como crooner. Mas nunca a gravaram, nem mesmo em acetato. Quando Jonas teve de sair para a entrada de João Gilberto, a música continuou por algum tempo no book do conjunto e João cantou-a com eles à exaustão, até que a abandonaram.” Do livro Chega de Saudades do compositor e escritor Ruy Castro.

"O Pato" acabou caracterizando o lado galhofeiro da bossa nova, concentrado na letra que descreve a exótica cena de um quarteto vocal, formado pelo pato, o marreco, o ganso e o cisne ensaiando à beira da lagoa o “Tico-tico no fubá”.

Referências:
A história de O Pato e os 60 anos da gravação do LP O Amor, o Sorriso e a Flor, de João Gilberto - Postado em Coluna Conrado Paulino em 12/11/2019.
https://www.violaobrasileiro.com/blog...

Qual delas – A canção contada –
http://qualdelas.com.br/o-pato-2/

Neste arranjo, seguiu-se a brincadeira com dinâmicas que valorizam as expressões onomatopeicas, rítmicas e fraseológicas em toda a sua constituição.
A cada nova seção, há uma modulação com o desenvolvimento dos materiais criados em suas formas e variações.
As melodias continuamente perpassam os naipes jogando com as ideias de sonoridades peculiares pensadas para este arranjo, enfatizando um caráter timbrístico distinto e dinâmico tal qual a idiossincraticidade de João Gilberto.