Acerca do pensamento Gonzalo

Trecho da histórica intervenção de Abimael Guzmán (Presidente Gonzalo) durante o I Congresso do Partido Comunista do Peru em 1988, este documento é a explicação mais detalhada e autorreferente que o próprio Gonzalo deu sobre a necessidade objetiva, inevitável e dialética da existência de uma “chefatura” comunista reconhecida e, acima dela, de um “pensamento-guia” que leva o nome do chefe que o sintetiza e aplica criadoramente. Com uma linguagem didática, implacável e por vezes irônica, Gonzalo demonstra que toda revolução proletária, todo partido e até todo movimento literário ou científico gera, por necessidade histórica (lei objetiva) e casualidade histórica (concretização em uma pessoa específica), um punhado de dirigentes, poucos chefes e, inevitavelmente, uma cabeça que se destaca nitidamente acima de todos – Marx, Lenin, Mao e, no caso peruano, o próprio Gonzalo. A chefatura não é capricho pessoal nem culto, mas exigência da luta de classes, forjada em décadas de tenaz combate contra o revisionismo, o oportunismo e as frações internas; o “pensamento Gonzalo” é o salto qualitativo que resulta da aplicação criadora do marxismo-leninismo-maoísmo às condições concretas do Peru, arma indispensável para iniciar, manter e desenvolver a guerra popular até a conquista do poder em todo o país. Este texto é, ao mesmo tempo, a pedra angular teórica do culto à personalidade no Sendero Luminoso e a mais completa justificação marxista já feita sobre por que toda revolução triunfante precisa de um chefe indiscutível e de um pensamento que leve seu nome.

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