Fazendo Farinha!

De olho na temperatura do fogo que aquece a grande superfície de ferro.

Muita habilidade e rapidez no mexer da pá.

E atenção às diferentes etapas do processo.

Esta é uma casa de farinha em plena produção!

A massa entra ainda úmida, depois de ralada, prensada e peneirada. Em temperatura baixa, passa por uma primeira desidratação (é a zenza, me conta Antônio Carlos de Jesus).

É mexida freneticamente, com leveza e habilidade pela Liliane da Conceição, observada por dna Iva Brito dos Santos (que se encarregou de peneirar a massa, no revezamento das tarefas).

Antônio, ao fundo, comanda a prensa, também controla a fornalha e ainda nos conta como faz o 'vinagre' do líquido que escorre da massa e dá sabor a diferentes preparos de alimentos.

O 'vinagre', por aqui, é como o tucupi do Norte, caldo temperado e fermentado do aipim/mandioca prensada, de uma riqueza de sabor sem igual.

A farinha volta pro tacho em calor mais intenso pra finalizar. Vai pra consumo ou venda.

Também, peneirada, a farinha desidratada vai de novo ao fogo e é transformada em beiju, puro, com coco, com sal e açúcar. A mesma mistura ainda pode virar cuscuz pra se comer puro ou cozido no vapor. Sim, cuscuz de farinha de mandioca!

Nesse fazer todo tem técnica, tem saber, tem memória, tem observação, tem vínculo, tem orientação de tempo, de espaço, tem dedicação, troca e compartilhamento.

Fazem isso há quanto tempo? "A vida toda", diz Liliane. Aprendeu com quem? "Com meus avós, que aprenderam com os índios", conta dna Railda Rosa, esposa de Antônio.

Na lida, se aprende muito.
Na roça, a sabedoria já está.
Na vida, basta estar.

Que dia! que pessoas! que Bahia!❤🙏🏽

Texto: @liegefuentes
Imagem: @tarcisiobukun, @eroscriativo, @liegefuentes

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