INTELIGÊNCIA ANCESTRAL – A ARTE DE SER LIVRE com Kuenan Mayu (Tikuna+Tariano) Episódio 6 da websérie

🗺️ Resumo
Neste sexto episódio da websérie "Inteligência Ancestral", Kuenan Mayu, artista indígena dos povos Tikuna e Tariano do Amazonas, compartilha sua jornada de resistência e afirmação identitária. Por meio de sua arte e vivências, ela reflete sobre a liberdade de ser, a importância da ancestralidade e a conexão com a natureza como pilares para a construção de um futuro mais justo e equilibrado.

🌟 Destaques
🎨 Expressão artística como forma de resistência​
🌿 Conexão com a ancestralidade e a natureza​
🕊️ A busca pela liberdade de ser​
💬 Reflexões sobre identidade e pertencimento​

📸 Acompanhe Kuenan Mayu no Instagram:
@kuenanmayu​

📚 Sobre a websérie
"Inteligência Ancestral" é uma websérie composta por sete episódios que abordam diferentes cosmovisões indígenas e reflexões sobre a humanidade, com foco em temas como arte, tecnologia e ancestralidade. Através dos olhares e vivências de diferentes etnias, a produção revela como saberes tradicionais e tecnologias modernas se entrelaçam, resgatando a força da inteligência ancestral e sua importância na construção de um futuro mais equilibrado para a humanidade.​

📌 Ficha técnica
Direção: Sebastián Gerlic​
Edição: Helder Câmara Jr. & Sebastián Gerlic​
Trilha e design de som: TitOxóssi​
Produção: ONG Thydêwá​
Produtores: Luis Carlos Gonzaga e Margareth Teixeira​
Artistas gráficos convidados: Kadu Tapuya e Tiriri Rayo​

🔮 Outros episódios:
Ep. 1 – A ARTE DE COSMOPENSAR, com Nhenety (Kariri-Xocó – AL)​
Ep. 2 – A ARTE DA OUTRA HISTÓRIA, com Kadu (Tapuya – PE)​
Ep. 3 – A ARTE DE FUTURAR, com Tiriri Rayo (Marikito – PE)​
Ep. 4 – A ARTE DE RECONECTAR, com Yala (Payayá – BA)​
Ep. 5 – A ARTE DE VISIBILIZAR, com Horo Pakó (Desana – AM)​
Ep. 7 – A ARTE DE (DES)CONECTAR, com Ta No (Kaingang – PR)​

🎙️ Transcrição do episódio
"Eu acho que a palavra “avançada” tem que ser muito desconstruída ainda. O que seria “avançada”? Por exemplo, quando a gente fala em tecnologias, a gente liga muito tecnologias a celulares, a coisas digitais. Mas existiam muitas outras formas múltiplas de tecnologias, né? Antigamente entre povos indígenas e até hoje, né? Então, o futuro ancestral tá nisso, né?

Pra que eu possa estar fazendo obras assim ou produzindo isso, eu precisei com que a minha avó ensinasse a minha mãe, que me deu à luz. Então, eu vejo muito um futuro ancestral e algo que esteja ligado com o presente e o passado. Sem o passado, não existe um presente bom.

Acho que ela começou na minha vida desde quando eu era muito criança. Mas primeiro ela vem muito da minha cultura, né? A manifestação cultural do povo Tikuna, ela é muito artística também, né? Aprendi com a minha avó, pigmentos naturais sobre tela de Tururi. Então, foi algo que minha avó fazia desde quando também ela era criança, que ela aprendeu com a avó dela, né? E também eu tive uma influência muito grande também da minha mãe, que aprendeu com a mãe dela.

Bom, gente, essas obras aqui são um dos meus suportes enquanto artista visual, né? É um pouco da singularidade da arte do meu povo, né? Que é a arte do Tururi, que é uma entrecasca de uma árvore sagrada para nós do povo Tikuna. E a retirada dela é feita na lua cheia. A própria mistura dele com o afron da terra, que é algo que a gente se alimenta, o jenipapo, que é algo que a gente se protege.

As tintas, elas não são apenas convencionais. E aí que mora a tecnologia. As tintas, elas também protegem, elas alimentam. E a mistura dela faz com que uma coisa e outra se unam. Como, por exemplo, aqui é usada para se proteger, para se curar. E a mistura delas dá um verde que mistura toda essa energia dessa com essa tecnologia ancestral envolvida, né?

Então, quando eu cheguei aqui, foi um choque nesse sentido de ver o quanto que o capitalismo afeta e controla as pessoas. E de eu entender que eu não posso também me deixar submersa a isso. Tanto que daí que surgiu a obra “Submessa”, como se a partir do momento que eu viesse pra cidade, o sistema tentasse meio puxar para baixo dessas águas profundas e escuras que eles têm e apagasse a minha identidade, assim como ele já apagou vários povos.

A gente acredita muito na coexistência de seres vivos, não apenas de seres humanos, né? E se a gente criar um futuro com a coexistência entre animais, plantas e os nossos saberes ancestrais, acredito que existe sim um futuro, mas sim um futuro ancestral."

📘 Ebooks da Thydêwá:
https://www.thydewa.org/downloads​

🏛️ Apoio
Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.​

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