o que faz um VULCÃO EXPLODIR?

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Essa neblina densa que parece fumaça de filme pós-apocalíptico não é neblina: são cinzas vulcânicas caindo do céu. E aquele filtro de ar de carro completamente entupido é só um dos sinais do que acontece quando um vulcão resolve “explodir” com força demais. Neste vídeo, a gente volta para 2011, na Islândia, pra entender a erupção do vulcão Grímsvötn — o vulcão mais ativo do país, com mais de 60 erupções em 800 anos — e como uma pluma de cinzas de 15 a 20 km de altura conseguiu cancelar centenas de voos, bloquear estradas e afetar gente a milhares de quilômetros de distância, da própria Islândia até Escócia, Irlanda e Groenlândia.

A partir desse evento real, vamos usar o Grímsvötn como ponto de partida pra responder uma pergunta que parece simples, mas não é: afinal, por que alguns vulcões explodem… e outros “só” derramam lava tranquilamente? Todo mundo cresce com a imagem do vulcão explosivo na cabeça, mas nem todo vulcão funciona como uma bomba-relógio. Tudo depende do tipo de magma que está lá embaixo, da quantidade de gás presa dentro dele, da viscosidade e até de onde esse magma se formou dentro da Terra.

Ao longo do vídeo, mostramos por que os gases são o grande “vilão” (ou herói) das erupções explosivas. Usando analogias com seringa e garrafa de refrigerante, explicamos o que acontece quando um magma sobe, a pressão diminui e os gases dissolvidos começam a se expandir, transformando um reservatório subterrâneo em algo comparável a um refrigerante sendo chacoalhado antes de ser aberto. É aqui que entram em cena os magmas riolíticos, cheios de gás e sílica, super viscosos e propensos a engasgar o vulcão até ele liberar tudo de uma vez num evento explosivo.

Só que nem todo magma é assim. Nos limites divergentes de placas tectônicas e em hotspots, o manto derrete por descompressão, gerando magmas basálticos: mais quentes, menos viscosos e com menos gases. Em teoria, esses magmas produzem erupções efusivas — aquela lava que simplesmente escorre pela superfície, sem grandes explosões. Já nas zonas de subducção, onde placas oceânicas cheias de água mergulham em direção ao manto, o derretimento gera magmas mais frios, mais ricos em sílica e cheios de vapor: a receita perfeita para uma erupção violenta.

O problema é que o nosso planeta não lê livro didático. O Grímsvötn é um vulcão basáltico que, na teoria, não deveria produzir erupções tão explosivas quanto a de 2011… mas produziu. Ao analisar o caso, discutimos como a combinação entre gases, temperatura, sílica, dinâmica das câmaras magmáticas e a própria arquitetura interna do vulcão pode virar o jogo e transformar um “vulcão de lava tranquila” em uma máquina de cinzas capaz de afetar o tráfego aéreo de meio continente. Na prática, a escala entre erupções efusivas e explosivas é muito mais complexa do que um simples “basáltico não explode, riolítico explode”.

Se você se interessa por vulcões, cinzas vulcânicas, placas tectônicas, Islândia, hotspots, magma basáltico e riolítico, viscosidade, gases e por que a geologia real insiste em desafiar as classificações bonitinhas que a gente inventa, esse vídeo é pra você. Aproveita pra deixar sua pergunta nos comentários, sugerir outros vulcões e se inscrever no canal pra não perder os próximos episódios sobre a força (e as manias) do nosso planeta.
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Apresentação e Roteiro: Davi Calazans
Edição: Rodrigo Fernandes
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Este canal faz parte do Science Vlogs Brasil.
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